Cão de André Cepeda na Galeria Pedro Oliveira

 

Comecemos pelo título da exposição: “Cão”. É simultaneamente sugestivo – fez-me recordar automaticamente vários livros e músicas – e, na sua absoluta resistência à descrição – as imagens de André Cepeda aqui apresentadas não mostram qualquer canídeo –, é sintomático das ausências, da singular utilização do fora-de-campo que, como veremos, distinguem a prática do fotógrafo. O cão, talvez o mais antigo animal domesticado, corresponde a metade do nome de uma banda de rock portuguesa, formada em Braga, em 2001, com voz do actor Pedro Laginha e letras de Adolfo Luxúria Canibal: Mundo Cão. E aqui, no nome de uma banda obscura, pode começar uma possível história do “melhor amigo do homem” como símbolo dos marginais, deserdados e oprimidos. Esta história pode continuar com livros de Virginia Wolf e de Paul Auster: a primeira escreveu uma biografia imaginária da cocker spaniel da poetisa inglesa da época vitoriana Elizabeth Barrett Browning, Flush: Uma Biografia (1933), que é vista como uma dura crítica às formas de vida citadina e ao estatuto menor atribuído a mulheres intelectuais e escritoras nos século XIX e inícios do século XX; já Paul Auster descreve no romance Timbuktu (1999) a história da amizade entre dois vagabundos, um canídeo e o outro humano – Mr. Bones e o poeta indigente Willy, dois deserdados sociais, dois perdidos no território hostil do pragmatismo americano. É o próprio Auster quem em entrevistas da altura fala do “cão como emblema dos oprimidos”. As fotografias de Cepeda, principalmente aquelas que fez na cidade do Porto, também podem ser vistas como um “emblema dos oprimidos”, pelo menos dos invisíveis. Quando estava a preparar a exposição, o André Cepeda escreveu-me um e-mail em que dizia: “Comecei a pensar e a escolher imagens e nomes, e o nome que gostaria de dar a esta exposição é ‘Cão’… tanto pelo som da palavra como pela força e atitude, olhar, e visão e reflexão sobre o mundo, a cidade, as ruas... estas imagens foram feitas em 2016 e 2017. Podia estar aqui a falar sobre as imagens, mas como diz e bem o [William] Eggleston, não se fala sobre fotografia, as imagens já dizem tudo.” Pode ser que não se fale sobre fotografia, mas as poucas palavras de Cepeda são bastante elucidativas quanto à sua prática, que é de facto uma “visão e reflexão sobre o mundo, a cidade, as ruas”. Que essa visão seja associada à perspectiva do cão que vagabundeia pela cidade recorda-me a tirada filosófica do personagem do engraxador de sapatos do filme Gilda (1946), que às tantas afirma ter um ponto de vista privilegiado sobre a realidade: o ponto de vista do verme. As imagens apresentadas em “Cão” dividem-se entre fotografias de pessoas, fotografias de detalhes arquitectónicos e fotografias de vegetação. Comecemos pelos melhores amigos do cão: André Cepeda, quando ainda vivia e trabalhava no Porto – o artista mudouse recentemente para Lisboa –, frequentava vários edifícios devolutos da cidade ocupados por gente nas franjas da sociedade. Um destes prédios estava localizado suficientemente perto do seu estúdio para que visitas frequentes dessem origem a uma relação de verdadeira cumplicidade com os ocupantes. Cepeda fotografou dois destes “ocupas” enquanto conversavam e se abraçavam, com a descontracção perante a câmara, ou o esquecimento de que estavam a ser fotografados, que apenas o convívio cúmplice permite. Estes retratos, que podem ser associados à imagem, também integrada na exposição, de uma fumadora, conferem uma certa gravitas a figuras tão esquecidas quanto Willy. Note-se, no entanto, que o artista é particularmente atento à eleição dos formatos das suas imagens, nunca optando pela monumentalidade – que atribuiria automática mas forçadamente importância, presença a motivos desintegrados, deserdados, precários. As fotografias de André Cepeda têm dimensões justas, que ao mesmo tempo que nos permitem analisar detalhes, reconhecer subtilezas cromáticas, confirmar a sofisticação da montagem (do enquadramento), percepcionar as imagens com o corpo enquanto nos aproximamos e afastamos, nunca caem nas armadilhas de um certo pictorialismo ou espectacularidade. Quanto aos fragmentos arquitectónicos, eles devolvem-nos uma imagem do Porto em perfeito desalinho com o facto de ter sido a cidade eleita por três vezes consecutivas como o melhor destino turístico europeu. Estas fracções frequentemente em ruína, precárias e sujas, são apresentadas a uma distância muito particular, que nunca nos permite perceber exactamente o contexto em que se inserem. Cepeda é exímio na utilização do fora-de-campo – a atribuir igual importância àquilo que vemos e não vemos nas fotografias. O espaço das suas imagens é tudo aquilo que é e não é abrangido pela objectiva, os alguéns e coisas que estão dentro e fora de campo. Isto “vê-se” bem nas fotografias de vegetação, que tanto podem corresponder a parques tratados e luxuriosos como a terrenos baldios e abandonados onde plantas puderam nascer e crescer de forma selvagem, desordenada. A “força e atitude” do cão, e das imagens que compõem a exposição, a que se refere André Cepeda no já citado e-mail, devem ser relacionados com a atitude do fotógrafo, que, apesar dos seus amplos conhecimentos técnicos e sobre a história da fotografia, imprime às suas imagens uma espécie de urgência, de reivindicação pelo premeditadamente amador, pelo espírito punk e DIY [faça você mesmo] que também se encontra no projecto musical Mundo Cão ou na absoluta tensão – para continuar as referências caninas – presente no filme Cães Danados (1992) de Quentin Tarantino.

Ricardo Nicolau

Texto de Ricardo Nicolau

Cão de André Cepeda na Galeria Pedro Oliveira

as usually 
I don’t know where I am going,
I have a small ideia of places that interest me, 
and images I want to do, 
I remain free to decide and improvise 
when I am shooting. 
loosing myself 
during the day or night 
The thing is that it’s so important to loose yourself. 
it’s an hard way 
dealing with your feelings
and trying to understand what you want and what is this all about
this is many times the question
Walking alone in the city with a camera. Trying to find yourself
the most important in life is this freedom to speak, 
and we speak with images. 
Life without art is no life. 
Poetry
This is the only way I feel it makes sense. 
It just makes sense if I can share. 
If I can learn with the other artists and persons I admire. And there are so many
is photography still important this days. 
Does it makes sense to photograph today. 
How can I 
in 2020 still do images. 
Can i do one good image?
did i ever did one good image?
photography
Is a way of surviving for me. 
I can’t live if I have not the freedom to speak 
and express myself. 
Poetry. 
Again and again. Its about poetry. 
freedom. 
Its about me. 
it’s about us
it’s about living
it’s about seeing 
and feeling and being part of all this
and it’s about resistence
resisting against the dark
I feel the world has changed
I’m not looking for normal images, or photographing 
what I already know  
I’m looking for that images and moment I have never lived, 
and I can learn with. 
I want to learn reading the everyday life, 
loosing myself. 
forgetting 
photography for me is this contact with the unknown. 
And like that I can understand myself.  
A state of mind. and it’s hard. It’s difficult. it’s magical
I’m not looking for the normal, and easy
and I’m not looking for showing a specific part of the history 
or documenting something specific.  
Poetry. music. sounds. colours. shapes. forms. lines. abstractions. 
and real things, people, people with real problems, 
existencial problems, human condition. 
Existentialism
we have always to fight 
We have the power to change. 
By resisting
not forgetting the important things life give us 
We shouldn’t be afraid 
and always think by our own
reflecting what we think and feel, now
it’s about us.

 

 

 

mail:

mail@andrecepeda.com

tel:

00351 934271708

Others:

At the moment André Cepeda has a solo show curated by Urs Stahel, at MAAT - Museum of Art, Architecture and Technology in Lisbon, until January 2021

His last book published by Pierre Von Kleist Editions, can be ordered here

Solo exhibition at Cristina Guerra Contemporary Art in 2021

Developing a new project for Rialto6 to be presented in September 2021

André Cepeda was born in Coimbra, in 1976. He currently lives and works in Lisbon, Portugal. In 2012, artist in residence at the FAAP, São Paulo, as the recipient of a scholarship granted by the Calouste Gulbenkian Foundation. Cepeda was shortlisted for the Paul Huf Award, Foam Fotografiemuseum, Amsterdam (2011); Prémio BESPhoto, Lisbon (2010); and the EDP Foundation New Artists Prize, Lisbon (2007). He has been showing his work regularly, in Portugal and abroad, since 1999. He has since then made multiple artist residencies and received many commissions, among which stand out the 2010 Lisbon Architecture Triennale, EDP Foundation (2014), the Fundação de Serralves (2014) and Gulbenkian Foundation (2019). In 2016 he was artist in residency at the Residency Unlimited, in Brooklyn NY, in the context of the partnership Atelier-Museu Júlio Pomar/ EGEAC and Residency Unlimited, NY. He is currently working in a new exhibition and book project with Urs Stahel, to be presented in 2020.

Among his many exhibitions stand out: Cristina Guerra Contemporary Art, Lisbon; Benrubi Gallery, NY; Fridman Gallery, NY; Galeria Pedro Oliveira, Oporto; MNAC – Museu Nacional de Arte Contemporânea, Lisbon; Kasseler Fotoforum, Kassel; Gallery INVALIDEN, Berlin; Espace Photographique Contretype, Brussels; Standard/Deluxe, Lausanne, Switzerland; MARCO — Museo de Arte Contemporánea de Vigo; Le Bal, Paris, France; Haus der Photographie, Hamburg; Wohnungsfrage — Haus der Kulturen der Welt, Berlin; Serralves Contemporary Art Museum, Oporto; CGAC—Centro Galego de Arte Contemporánea, Santiago de Compostela; Calouste Gulbenkian Foundation, Paris; Museu Oscar Niemeyer, a Caixa Cultural, Rio de Janeiro and MASP — Museu de Arte de São Paulo, Brazil.

His work is represented in multiple public and private collections.

André Cepeda founded Blues Photography Studio in 2005 where he produces work for many photographers, instituitions and gallery’s, printing, scanning and photographing. www.blues.com.pt. Since 2008 he runs Inc. Livros e edições de autor, a bookshop specialized in artist books. www.inc-livros.pt. André Cepeda gives a one week workshop every year at the Photography School CEPV, Vevey, Switzerland.

André Cepeda is represented by Cristina Guerra Contemporary Art, Lisbon, Galeria Pedro Oliveira, Oporto and Benrubi Gallery, NY.

Grants/Residencies/Commissions:

2019
Gulbenkian Foundation

2018
Representação Oficial Portuguesa na 16ª Exposição Internacional de Arquitetura – La Biennale di Venezia
EDP Foundation

2016
ATELIER-MUSEU JÚLIO POMAR/ EGEAC E RESIDENCY UNLIMITED, NY

2014
Serralves Museum of Contemporary Art, Porto: work commissioned for the exhibition The SAAL Process: Architecture and Participation, 1974-1976
European Photo Exhibition Award, EPEA02
Ordem dos Arquitectos, Lisbon

2013
Offline Residence (Xerem Associação Cultural), Lisbon
National Museum of Ancient Art, Lisbon
Artist-in-residence, Fundação EDP – Electricity Museum, Lisbon

2012
Calouste Gulbenkian Foundation, Lisbon
Artist-in-residence, FAAP, Sao Paulo, Brazil

2011
Nominated for the Paul Huf Award, Foam Fotografiemuseum Amsterdam, Holland
Ordem dos Arquitectos, Lisbon
Calouste Gulbenkian Foundation, Lisbon

2010
Lisbon Architecture Triennal, Lisbon
BESPhoto Photography Prize, Lisbon
Champalimaud Foundation, Lisbon

2009
Reitoria da Universidade do Porto, Porto

2007
EDP Prize – New Artists
IEFP, Ministério do trabalho, Testemunhos – Iniciativa Novas Oportunidades

2006
RAR Holding, Porto

2003/2004
Artist-in residence, António Henriques Galeria de Arte Contemporânea, Viseu

2002
Centro Nacional de Cultura, Lisbon

2001
Museu da Imagem, Encontros de Imagem, Braga

2000
Portuguese Center of Photography, Porto

1999/2000
Artist-in-residence, Espace Photographique Contretype, Brussels, Belgium


Solo exhibitions:

2017
Depois, Benrubi Gallery, New York
Cão, Galeria Pedro Oliveira, Porto
Uma especie de silêncio, CAAA, Guimarães
Rasgo, Cristina Guerra Contemporary Art, Lisbon, 2017

2016
At the eyes ground, Fridman Gallery, New York, 2016
Depois, MNAC – Museu Nacional de Arte Contemporânea, Lisbon 

2015
Untitled, Old School, Lisbon a project by Susana Pomba
Rien, Kasseler Fotoforum, Kassel, Germany

2014
Rien, Centro Cultural Vila Flor, Guimaraes
Kanal, Standard Delux, Lausanne, Switzerland
Rien, Câmara Escura, Torres Vedras

2013
Explicação da Lâmpada, Galeria Pedro Oliveira, Porto
Sob um sol recto, Galeria Pedro Cera, Lisbon

2012
Rien, Galeria Pedro Cera, Lisbon
Rien, Museu do Neo-Realismo, Vila Franca de Xira 
Ontem, Galery INVALIDEN1, Berlin, Germany
Canal, with Eduardo Matos, Espace Photographique Contretype, Brussels, Belgium

2011
CAV-Centro de Artes Visuais, Coimbra

2010
O que o futuro foi, Mostra de Vídeo, Laboratório das Artes, Guimaraes 
Untitled, Galeria Pedro Oliveira, Porto
Ontem, Espace Photographique Contretype, Brussels, Belgium 
BESPhoto Photography Prize, Museum Berardo, CCB, Lisbon

2009
River, Galeria Pedro Cera, Lisbon; Galería AdHoc, Vigo, Spain
Untitled, The Mews – Project Space, London, UK
Project Room, Galeria Reflexus, Porto

2008
Sem título, Mad Woman in the Attic, Porto
Ontem, ZDB Gallery, Lisbon

2006
Stasis, Galeria Pedro Cera, Lisbon
Provas de Trabalho, Projecto Apêndice, Porto
Moving#3, IN.TRANSIT, Edificio Artes em Partes, Porto
Moving#2, Galeria AdHoc, Vigo, Spain
Moving, Cinematic Art Gallery, Vila do Conde
Anacronia, KGaleria, Lisbon

2005
Anacronia, Museu de Imagem, Braga
Anacronia, Espace Photographique Contretype, Brussels, Belgium
Jungle, Espaço Bartolomeu 5, Lisbon

2004
Viseu, António Henriques Galeria de Arte Contemporânea, Viseu
Closer, Galeria +Consigo, Coimbra

2003
Mapa de Intensidades, Oficina, Galeria Fernando Santos, Porto

2002
Anacronia, Gallerie Image, Aarhus, Denmark
Corpo, tempo, desejo e morte, Galeria Massa, Porto e Vulcão dos Capelinhos, Azores

2001
Pontes, lugares e antropologia, Silo-espaço cultural, Portuguese Center of Photography, Porto

2000
Anacronia, Encontros de Fotografia de Coimbra, Coimbra


Group exhibitions:

2018

Before and After Architecture, Chicago Architecture Biennial, with Nuno Brandão Costa, Chicago
Public without rhetoric, Representação Oficial Portuguesa na 16ª Exposição Internacional de Arquitetura – La Biennale di Venezia, Veneza
Variations Portugaises, Abbaye St. André – Centre de Art Contemporain Meymac
Escala 1:1. 21 Artistas Contemporâneos Portugueses, Tabacalera, Madrid
A preto&branco, Sociedade Nacional de Belas Artes, Lisboa
Rhytm of Distances: Prposition for the repletion, Galeria Vertical/Silo Auto, Porto

2017
Uma Colecção = Um Museu, MACE – Museu de Arte Contemporânea de Elvas, Elvas
Them or us, Galeria Municipal do Porto, Porto
Un certain regard, Obras da Colecção Norlinda e José Lima, CAV, Coimbra
Da fuga e do encontro: Inversão do Olhar – Espaço Novo Banco; Lisboa

2015
Edita: secuencia/sentido, CGAC-Centro Galego de Arte Contemporánea, Santiago de Compostela, Galicia
The New Social, European Photo Exhibition Award, House of Photography at Deichtorhallen Hamburg, Germany
The SAAL Process: Architecture and Participation, 1974-1976, CCA – Canadian Centre for Architecture, Montreal, Canada (cur. Delfim Sardo and Susan Cotter)
International Fotobook Festival, Kassel, Germany
Calouste Gulbenkian Foundation, Paris, France (cur. Miguel von Hafe Pérez)

2014
The SAAL Process: Architecture and Participation, 1974-1976, Serralves Museum of Contemporary Art, Porto (cur. Delfim Sardo and Susan Cotter)
The New Social, European Photo Exhibition Award, Calouste Gulbenkian Foundation, Paris, France
Le Bal Books Week-end, Le Bal, Paris, France
The New Social, European Photo Exhibition Award, Fondazione Banca del Monte di Lucca, Lucca, Italy; Calouste Gulbenkian Foundatio 02, Paris, France
Nobel Peace Centre, Radhusplassen, Oslo, Sweden (cur. Sérgio Mah)
SUB 40’, Galeria Municipal Almeida Garrett, Porto
Brussels Unlimited - Collection Contretype, Espace Contretype, Brussels, Belgium
Revisitação, Galeria Pedro Oliveira, Porto
Roubaram a partitura, no vazio seguimos, Jardins Efémeros, Viseu (cur. Miguel von Hafe Pérez)
Lei de Ohm, Museu da Electricidade, Lisbon (cur. Filipa Valladares)
Muralhar: Artistas POrtugueses Contemporâneos, Oi Futuro, Rio de Janeiro, Brazil (cur. Delfim Sardo)
The New Social, European Photo Exhibition Award, The Nobel Peace Center, Oslo

2013
Biennial of Photography MASP/Pirelli, MASP, São Paulo (cur. Ricardo Resende)
Visões do Desterro, Caixa Cultural do Rio de Janeiro, Brazil
A Arca Invisível, National Museum of Ancient Art, Lisbon (cur. Delfim Sardo)
Noise, Pedras & Pêssegos, Porto

2012
Buildings and Remnants, Fábrica ASA, Guimaraes European Capital of Culture, Guimaraes (cur. Inês Moreira and Agneta Szylak)
Materiality, Alternativa 12, Wypsa Institute of Art, Gdansk, Poland (cur. Inês Moreira and Agneta Szylak)
New/Old Life, Galery Blanca Berlin, Madrid, Spain

2011
Wherever I Lay My Camera Down is Home, Photographic Festival in Rome, Rome, Italy (cur. Paul Wombel)
Ontem, Encontros de imagem de Braga
Arte Lusófona Contemporânea, Galeria Marta Traba – Fundação Memorial da América Latina, Sao Paulo, Brazil
Panis et Circensis, Centro de Artes de Sines, Sines (cur. Filipa Valladares)
Da outra margem do Atlântico – videoarte e fotografia portuguesa, Centro de Artes Helio Oiticica, Rio de Janeiro, Brazil (cur. Paulo Reis and David Barro)
Private Lives, Centro Cultural de Cascais, Cascais
Da Cartografia do Poder aos Itinerários do Saber, Museu Nacional-Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brazil, and Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade de Coimbra

2010
Ré-collection, Espace Photographique Contretype, Brussels, Belgium (cur. Jean-Louis Godefroid
Impresiones Y comentários – Fotografia Contemporánea Portuguesa, Fundació Foto Colectania, Barcelona, Spain (cur. João Fernandes)

2009
A iminência da queda, Galeria Diário de Notícias, Lisbon
Rescaldo e Ressonância, Reitoria da Universidade do Porto, Porto (cur. Inês Moreira)
Está a morrer e não quer ver, Espaço Campanhã, Porto (cur. José Maia)

2008
The Core of Industry – European Photography, Reggio Emilia 2008 – Musei Civici di Reggio Emilia, Spazio Gerra, Reggio Emilia, Italy
Testemunhos – Trajectos de Qualificação, Edifício da Alfândega, Porto (cur. Sérgio Mah)
Paraísos Indómitos, Marco Museu de Arte Contemporáneo de Vigo, Spain (cur. Virginia Torrente)
Territoire, 6ª Biennale Internacional de Fotografia de Liége, Liége, Belgium 
Where are you from? Portuguese Contemporary Art, Faulconer Gallery, Grinnell College, Grinnell, Iowa, USA (cur. Lesley Wright)

2007
EDP Prize – New Artists, Central Eléctrica do Freixo, Porto
Antimonumentos, António Henriques Galeria de Arte contemporânea, Viseu (cur. Miguel von Hafe Pérez)
Deslocações: 4 perspectivas contemporâneas portuguesas, Comité Económico e Social Europeu, Brussels, Belgium (cur. Lúcia Marques)
PhotoLondon 2007, Galeria AdHoc, London, UK
Intro, Espace Photographique Contretype, Brussels, Belgium
Bxl, Centre Wallonie-Bruxelles à Paris, Paris, France

2006
Busca-Pólos, Centro Cultural Vila Flor, Guimaraes and Pavilhão de Portugal, Coimbra
Residências I, Museu do Caramulo, Caramulo
Encontro de Arte Jovem, Bienal de Arte, Chaves
CO2, Miedzynarodowe Centrum Kultury, Krakow, Poland

2005
Colecção da Fundação PLMJ, Centro de Artes Visuais, Coimbra (cur. Miguel Amado)
Creators of European Photography, Photo Festival Union, Lodz, Poland
Desenhar Discurso: Digressões sobre uma urbanidade disruptiva, XIII Bienal de Cerveira, Vila Nova de Cerveira (cur. Miguel von Hafe Pérez)

2004
Re-produtores de sentido, Arte Sesc, Rio de Janeiro, Brazil (cur. Miguel von Hafe Pérez)
E no princípio era a viagem, Bienal de Pontevedra, Pontevedra, Spain (cur. Miguel von Hafe Pérez)

2003
Et puis... voilá, António Henriques Galeria de Arte Contemporânea, Viseu
Colecção de Arte Contemporânea da Caixa Geral de Depósitos, Museu Extremeño e Iberoamericano de Arte                      Contemporânea, Badajoz, Spain
Pingyao International Photography Festival, Pingyao, China
Salão Europeu de Jovens Criadores, Montrouge/Sant Cugat/Amarante

2002
Galeria Fernando Pradilla, Madrid
Pontes, lugares e antropologia, Cadeia da Relação, Portuguese Center of Photography, Oporto

2001
Memórias da Cidade, Encontros de Imagem, Braga

2000
Bruxelles Active, C02, Brussels, Belgium (cur. Jean-Louis Godefroid)
Bruxelles a l’infini, Espace Photographique Contretype, Brussels, Belgium (cur. Jean-Louis Goderfroid)
 

Collections:
Fundação de Serralves – Museum of Contemporaray Art, Porto
CGAC – Centro Galego de Arte Contemporânea, Santiago de Compostela, Spain
MNAC – Museu Nacional de Arte Contemporânea, Lisboa
Colecção António Cachola, Elvas
Museu de Arte do rio, Rio de Janeiro, Brasil
Espace Photographique Contretype, Brussels, Belgium
Faulconer Gallery, Grinnell, Iowa, USA
Instituto Camões, Foreign Affairs Ministery, Lisbon
National Photography Collection, Ministery of Culture, Porto
Encontros de Fotografia de Coimbra, Coimbra
Museu da Imagem/Encontros de Imagem, Braga
Culturgest-Caixa Geral de Depósitos, Lisbon
PLMJ Sociedade de Advogados, Lisbon
Museu do Caramulo, Caramulo
Câmara Municipal de Chaves, Chaves
Banco Espírito Santo, Lisbon
Ilídio Pinho Foundation, Oporto
Amorim Turismo, Troia
RAR Holding, Porto
ZdB Collection, Lisbon
Mica, Vigo, Spain

 

Books:
RDHK, self published, NY, 2016
Depois, MNAC/Pierre von Kleist Editions, Lisbon, 2016
Rua Stan Getz, Pierre von Kleist Editions, Lisbon, 2015
Rien – text book, CCVF, Guimarães, 2014
Whispering Light, self published, 2013
Kanal, Edition Contretype, Brussels, 2012
Rien, Pierre von Kleist Editions, Lisbon, 2012
Ontem, Cahier Blue, Brussels, 2010
River, self published, 2009
Anacronia, Edition Contretype, Brussels, 2005

 

Discography:
River, Lp, 50 copies
Kanal, Lp, 25 copies
Electricity, single, 150 copies

 

Filmography:
casal, 16mm, color, 1'25''
bandeiras, 16mm, color, 2’30’’
rien, 16mm, color, 3’15’’